segunda-feira, 27 de abril de 2009

A nível de casa nova

Finalmente consegui migrar este blog para um condomínio penitenciário montado com patrocínio de estatais e dos nobres amigos, chamado A Nível De.

O novo endereço é http://anivelde.net/blogdosavarese.

Hasta luego!

sábado, 25 de abril de 2009

Ronaldo e Vieri no ataque do Corinthians?

Estava no Rio de Janeiro num evento com profissionais de futebol quando Ronaldo foi anunciado como reforço do Corinthians. Só parei de fazer piada com o assunto quando vi colegas repórteres correndo atrás de dirigentes para colher suas opiniões. Inesperadíssimo.

Há alguns dias saem notícias de que o clube do Parque São Jorge estaria disputando com o Flamengo uma contratação surpreendente não tanto pela grandeza do jogador em questão, mas sim pelo bizarro que seria sua vinda. Trata-se do grandalhão italiano Christian Vieri, 35 anos, ex-jogador de Inter, Juventus, trocentos outros times e que há poucos dias afirmou que quer ser jogador profissional de pôquer. Por hora, está parado para a bola.

Tudo porque, há alguns anos, Vieri, ex-colega de Ronaldo na Inter, começou a dizer que gostaria de atuar no Brasil. Então tá bom.

O fato é que só escrevi este intróito para ter uma desculpa para divulgar um vídeo sugerido pelo amigo Fábio Murakawa. Nele, Ronaldo e Vieri respondem um pinga-fogo sobre futebol, sexo e coisa e tal. Tudo em italiano, obviamente.

Destaque para a resposta de Ronaldo sobre se já esteve sexualmente com outro homem: "Não".

E algo que gosta de fazer? "Comer", responde o Fenômeno, ainda jovem. Levantei daqui de casa a placa do "Eu já sabia".

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Finalmente alguém enquadrou Gilmar Mendes

Não deixa de ser divertido de ver alguns pudicos criticarem o ministro Joaquim Barbosa por ter confrontado o colega Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal. Um afirma que o clima na mais alta corte do país foi comparável ao de um boteco qualquer. Outro, que tem problema na cabeça e que se derreteu ao heroismo de Barbosa na investigação do mensalão, agora não aceita sequer comentários elogiosos ao ébano jurídico.

Tudo porque o negão mais importante do Brasil disse o que muita gente gostaria de dizer ao advogado geral da União do governo Fernando Henrique Cardoso. Quem é que gosta de ver as fontes acossadas de forma tão formidável, não é verdade?

Lembro que nos idos de 2002 o presidente do STF era Marco Aurélio de Mello (que figura lamentável), mais conhecido como primo do ex-presidente Fernando Collor. Afeito a dizer bobagens com o famoso timbre de quem tem um ovo na boca, o rapaz gostava de falar aos jornalistas e aparecer na televisão, inclusive antecipando julgamentos - algo que não coaduna, como ele diria, com a função que exerce. Qualquer semelhança com o ministro Gilmar Mendes, que viaja o mundo a falar mal da Constituição brasileira e trabalha no principal tribunal constitucional do país, não é mera semelhança.

Uma diferença fundamental (se minha memória não falha) foi a de que Mello teve a atenção chamada por seus colegas de corte. Em particular, sem a animosidade que vimos nesta quarta-feira, mas ganhou um pito por falar demais. Passou a comportar-se um tanto melhor. Mas será que alguém alertou ao ministro Mendes desde que ele chegou à presidência da Casa que ele deveria poupar o tribunal das suas opiniões antes de julgamentos importantes?

Será que algum colega sugeriu a que Mendes que ele andava aparecendo demais nos jornais, utilizando o STF como trampolim de político oposicionista? Será que Mendes não sofreu nenhuma pressão depois de tomar suas decisões controversas para libertar o banqueiro Daniel Dantas? Parece que nada disso aconteceu. E, talvez por isso, Mendes se sinta à vontade para dizer que quem não concorda com ele, como Barbosa, faz "impopulismo judicial".

E o que ele faz tem que nome?

Talvez o ministro Barbosa não precisasse ser tão afiado nas críticas a Mendes em público. Em especial quando fala sobre "capangas" em Mato Grosso, sugerindo que o presidente do STF é um gângster. Mas o fato é que absolutamente ninguém tinha feito uma crítica decente até agora apesar das ridículas demonstrações de Mendes há meses de que está mais preocupado com política do que com a Corte.

Pelo menos por um tempo, ah, que alívio, que o tio Gilmar Mendes vai sossegar o facho. Só por isso, já devemos agradecer ao ministro Barbosa pela performance que relaciono abaixo. Ao menos por uns tempos o presidente do STF vai fazer o que se espera dele: opiniões apenas nos autos. E sem fazer bico.



Em tempo: após a publicação deste texto os ministros do STF, exceto por Barbosa e Ellen Gracie (em viagem), dizem em nota que "reafirmam a confiança e o respeito ao Senhor Ministro Gilmar Mendes na sua atuação institucional como Presidente do Supremo, lamentando o episódio ocorrido nesta data".

O Globo diz que Mendes pressionou por um texto que condenasse a intervenção de Barbosa contra ele. Não conseguiu. Ganhou apenas essa tíbia nota, em escassas linhas, que não o tira da desmoralização pública em que entrou. As palavras são tão contidas que acabam dando razão final ao ministro Barbosa. Vejamos as reações nos próximos dias para saber se os amigos de Mendes na mídia vão se mexer.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Cubana chuta Del Toro por ser ator de Che

Eu não tenho simpatia pelo regime cubano. Nunca tive. Sei que já teve bons momentos e que foi instalado com as melhores intenções, mas não há como vê-lo como modelo para ninguém (exceto pela medicina e pela educação, de fato). Mas, assim como no caso da Venezuela, só existe um grupo que parece pior do que o dos revolucionários barbudos da ilha comunista: a oposição anticastrista fixada em Miami. Povinho insuportável pacas.

Cooptados especialmente pelos republicanos nos EUA, eles fazem parte daquilo que há de mais reacionário no espectro político e acabam ajudando a sustentar o regime dos irmãos Castro no poder há meio século. Tampouco tenho simpatia por esses que dizem cobrar os vermelhinhos por desrespeito aos direitos humanos e que, ao mesmo tempo, defendem políticas de porrada americana no resto do mundo, inclusive, para muitos deles, com a manutenção da base torturadora de Guantánamo.

Um exemplo do que fazem os cubanos de Miami é esta entrevista com o ator Benício del Toro, que interpretou Che Guevara numa película recém-lançada. A tal Marlen Gonzalez realmente não se preocupou nada em tirar do rapaz algo que valesse: quis apenas roubar a cena fazendo acusações que, certas ou não, não tinha o direito de fazer da forma que fez. Benício ainda se envergonhou, evitou o confronto e nisso errou, porque a paspalha só se empolgou mais nessa vagabundíssima interpretação do filme como um libelo ao guerrilheiro argentino famoso no mundo todo.

Um belo exemplo de mau jornalismo e de falsa correteza moral. Se fosse no meu governo, mandava tatuar uma barbona do Che no rosto dela e a condenava a andar com roupa de guerrilheiro por dois anos. Talvez três, só por diversão.



Sugestão de vídeo dada por minha bela e brilhante Augusta Avalle (cubana e guerrilheira). E que merecidamente conquistará seu diploma de mestra nesta semana. Finalmente!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O Holocausto como exemplo

Existem acontecimentos na história que são intoleráveis por conta da covardia daqueles que os perpetuam, não interessa contra quem. A perseguição aos judeus pela Alemanha nazista é um dos mais claros desses eventos atrozes, tanto é que ganhou um nome apenas para designá-lo. A noite do terror, em que forças americanas e britânicas arrasaram Dresden com bombas blockbuster em áreas civis, é outro. O massacre de palestinos nos campos de Sabra e Chatila, também. A banda RPM nos anos 80, quem sabe.

Por isso mesmo, não consigo ler com uma boa dose de enfado e outra de "Que porra é essa?" quando vejo cidadãos aparentemente normais gritarem comparações de situações meramente patéticas com grandes crimes da humanidade. Esse é o caso do senhor Clóvis Victorio Mezzomo, brasileiro, neto de italiano, com pele branca e olhos verdes. Diz ele que é jornalista e empresário (acabei de me livrar de um tipo desses e a experiência realmente não foi boa).

O nobre senhor entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) por considerar que o presidente Lula fez uma afirmação racista ao dizer que a crise foi criada por gente branca e de olhos azuis, na semana passada. Até aí, tudo bem. A declaração permite essa interpretação, embora eu não entenda que isso faça do mandatário um homem racista.

O problema é a comparação feita pelo tio Mezzomo.

"A História está repleta de exemplos dramáticos e traumáticos de efeitos da discriminação. Dentre eles, citamos o holocausto sofrido pelo nobre povo judeu."

Não dá.

Fico particularmente irritado quando vejo gente usar o Holocausto como se fosse uma ida à feira de domingo. Não há defesa para quem diz que Israel tem políticas nazistas na sua relação com os palestinos. Assim como também não há para gente como o seu Mezzomo, que transforma uma afirmação bobalhona em comparação com a maior atrocidade da história recente.

Vai ler um livro, seu Mezzomo. Deixa de ser mané.

terça-feira, 31 de março de 2009

Radiohead e os desaparecidos

No dia 24 o Radiohead fez um show em Buenos Aires. O que eu vi em São Paulo foi o melhor que já vi até hoje (e testemunhei concertos de gente muito boa, com R.E.M., Blur, U2, Oasis, Rolling Stones, Molejão). Esses branquelos ingleses são especiais. A prova disso foi a escolha da lindíssima How to Disappear Completely and Never Be Found em homenagem aos desaparecidos.

Com direito a discurso contra a guerra suja na Argentina.

quinta-feira, 26 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Delúbio e o auto-perdão do PT

Muito interessante essa história de que um terço dos dirigentes do PT quer ver Delúbio Soares, artífice do mensalão, de volta ao partido. O deputado paulista Candido Vacarezza, muy candidamente, disse ainda que a expulsão do rapaz da mala preta da sigla dos trabalhadores era um "exagero".

Faz sentido.

Quando perdoam Delúbio, os dirigentes do PT perdoam a si mesmos. O ato de suposta bravura de assumir a culpa toda sozinho por um dos maiores esquemas de corrupção da história recente do Brasil fica travestido como um caso de amor de um homem por sua causa (afinal, ele nada pegou para si próprio, advogam os tolerantes com a corrupção). Nada mais hipócrita.

Delúbio é honestíssimo, diz o ex-presidente da CUT João Felício. São tantos elogios que é difícil de registrar o mais picareta. A readmissão do ex-tesoureiro no PT é o típico caso que fala mais sobre quem promove a ação do que sobre quem receberá os benefícios que virão dela. Ou será que diz muito sobre os dois?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Três tenores na Gazeta

Odair José, Reginaldo Rossi e Amado Batista cantando juntos e batendo papo na noite de sexta-feira. Tem coisas que só a Gazeta faz por você. Que Pavarotti que nada.

sábado, 7 de março de 2009

Lula troca vergonha por votos no Nordeste

Desde a redemocratização o Nordeste se mantém como grande fiel da balança das eleições presidenciais. Enquanto alguns candidatos centram força nos maiores colégios do Brasil - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro -, deixam desguarnecida a região mais pobre do país, com a qual imaginam ter mais chances de obter votos sem fazer os mesmos gastos por eleitor. Os nordestinos costumam ficar ao lado do candidato para o qual apontam logo no início do ano do sufrágio. Hoje, eles apontam para José Serra.

Esse deve ser o raciocínio que leva o presidente Lula a permitir a ocupação de espaço no seu governo pelos arautos do fisiologismo do Nordeste, como José Sarney (cujo grupo governou o Maranhão por 40 anos), Renan Calheiros, Geddel Vieira Lima e até o ex-adversário mortal Fernando Collor de Mello. Dar votos a Dilma Rousseff custa caro e ele parece disposto a pagar quanto for necessário para tomar votos do tucano num terreno ainda instável e decisivo.

Alguns dirão que nenhum desses oligarcas nordestinos, que por anos vociferaram contra o presidente ex-operário, causará qualquer tipo de problema no Legislativo a um mandatário com mais de 80% de aprovação popular. Pode ser. Mas não há como encarar essa invasão consentida pelo Palácio do Planalto como uma falta de vergonha na cara do nível da que levou ao mensalão. Uma coisa é acomodar aliados num governo. Outra é entregar o governo a eles.

Lula se deu gostosamente para o PMDB. Sem o menor pudor.

Ele pode até conseguir um bom tanto de votos para Dilma na região onde nasceu e é querido ainda mais do que no resto do Brasil. Mas não terá o argumento de que a neo-petista, que não é unanimidade nem no próprio partido, é a candidata que romperá com marajás e com o pior que há na política brasileira para defender um programa de governo minimamente de esquerda. Essa imagem faz diferença para pelo menos um terço do eleitorado que não poderá preguiçosamente cravar mais um voto em Lula.

E aí, como fica esse povo todo?

Se Lula venceu graças à expectativa de mudança e o próprio Serra, conhecido nacionalmente, pouco baterá na atual administração, qual será o discurso de Dilma? Dizer que é a candidata que se dá melhor com Sarney, Renan e Collor não parece ser muito animador. Até porque essa turma toda pode aprovar a falta de vergonha do presidente para lhes dar abrigo, mas não garante fidelidade para nenhum candidato que não tenha chance real de vencer.

Falta de vergonha dá nisso.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Superpop dá início a 2009

O Carnaval acabou, mas o ano só começou de verdade na noite desta segunda-feira, quando liguei a TV no edificante programa Superpop, da ErreideTV. No canto superior esquerdo, uma tarja "Exclusivo". Na parte de baixo, a legenda da qual me lembrarei pelo resto da vida. "Investigação: Ex de Chiquinho Scarpa pode estar se prostituindo".

Chupa, Big Brother!

Os jornalistas da ErreideTV foram vasculhar a vida da grande celebridade Carola Oliveira, em um recanto no meio do nada em Natal. Mas ela, sobrinha do ex-todo-poderoso da TV Globo, só levaria gringos para a cama. Três juízes decretam que a moça está num caminho ruim: um tiozinho de terno e bigode, uma jovem senhora de vestido curto e um outro figura ator pornô com camisa de metaleiro e pose de fã carolesco.

Num link desde a capital potiguar, eis que a própria Carola entra ao vivo no programa dizendo que a televisão explorou algo que não existe. "Sou atriz e estou fazendo um documentário sobre a noite", diz ela. "Estou fazendo um documentário que, inclusive, poderia passar aí na RedeTV." É claro, responde a apresentadora Luciana Gimenez. Coisa linda.

Mais tarde, Carola abre o coração: "Eu já usei drogas, já dormi com mulheres, já fiz programa". Depois, repete que "sem o Chiquinho, não sou nada". E manda beijos para o pessoal do grupo Folha e do grupo Civita, "que sempre apoiaram".

O cara de bigode, aparentemente amigo do senhor Scarpa, balança a cabeça. A tia de vestido contesta. E o figura com camisa de metaleiro diz que é ainda mais fã de Carola Oliveira. "Você faria um filme pornô comigo?", ele pergunta. Ela ri.

Perguntada pelo cara de bigode sobre se faria programa em meio a uma crise financeira, ela responde: "Depende. Não conseguiria viver disso. Não sou como essas garotas de programa".

Eis que perguntam a Carola: "O que você gostaria de fazer para voltar à mídia, já que tem esse espaço aqui no nosso programa?"

"Apresentar um programa como o seu", chuta a moça de volta.

Moral da história: rodou, rodou, rodou e continua no programa.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Falta de lógica sobre o Morumbi

Adoro esse pessoal que acha que a economia é maior do que a vida. Eles são muito divertidos. Em meio à discussão sobre número de ingressos dedicados à torcida corintiana no clássico contra o São Paulo, eles desfilam vários argumentos, em favor do São Paulo ou do Corinthians, como se a reação do outro lado fosse sempre automática, levando em conta apenas pequenas turbulências políticas, todas sanáveis, e como se os benefícios a se obter fossem óbvios (o Consenso de Washington ia na mesma linha).

Primeiro: em vez de a omissa Federação Paulista de Futebol arcar com o ônus da decisão, até para esfriar o clima tenso com o São Paulo, atribuiu ao clube a decisão de tomar a medida num campeonato que terá apenas um turno. O Corinthians obviamente não poderia retribuir no clássico seguinte pelo torneio, visto que ele pode nem sequer acontecer.

Segundo: no meio da eleição, a diretoria do Corinthians jogou para a galera. Mas a galera apoiou em peso. E, com isso, o São Paulo, que tinha bom relacionamento com o clube mais popular do estado, um aliado importante na discussão de direitos de TV (muuuuito mais importante do que os ingressos), se deu mal.

Terceiro: imagine, caro leitor, que você vai investir num estádio. Você pagaria mais por um lugar que receberia, digamos, três grandes clubes ou pagaria mais num lugar que receberia apenas um? E imagine o que aconteceria com esse investimento no estádio de um clube só, se numa temporada ele não se classificasse para o único torneio pelo qual a torcida inteira se interessa de verdade?

Quarto: imagine, caro leitor, que você tem a maior torcida numa região. E que tenha de jogar todo fim de semana para 40 mil pessoas, quando poderia atuar para 70 mil? Qual é a vantagem? É só pra fazer bico e alardear a própria incompetência para construir seu próprio estádio?

Romper tradições pode parecer muito moderno. Ou, como dizem os yuppies do mundo todo, "faz sentido". O problema é que a vida vai além da suposta objetividade lógica que esse pessoal apregoa. Nada é menos lógico do que o futebol. Ele imita a vida. E na vida, às vezes 10% são mais importantes que 90%.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O medíocre Ballack contra Felipão

Curto e grosso: quem é esse Michael Ballack, jogadorzinho superestimado e picareta, para dividir o grupo do Chelsea, conforme informou a mídia inglesa, para contestar um técnico campeão do mundo como Luiz Felipe Scolari? O que conquistou na vida?

A resposta é um salário milionário. Nada mais.

Outro que contestava o brasileiro era o goleiro Petr Cech, que bateu a cabeça há uns tempos e desde então não é mais lembrado como o melhor do mundo. Agora tudo faz mais sentido, não?

Ainda há Didier Drogba, em descendente há dois anos.

E ainda tem gente dizendo que Felipão fracassou. Quem fracassou foi esse time medíocre da Inglaterra, que lava muito mais do que a MSI sonhou em lavar no Corinthians e que não passa de um São Caetano metido a besta, com um russo perdulário no lugar das Casas Bahia.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Lula e a música de Guilherme Arantes


A música que mais odeio é cantada pelo chatíssimo Guilherme Arantes. Chama-se "Lance Legal", mas poderia ser chamada de "Ode ao Babaca". O trecho que mais me irrita é o refrão infame:

"Meu momento é agora, meu caminho é feliz/Se há uma crise lá fora não fui eu que fiz/Então viver é um lance legal/Tem que ter um certo sabor/Muita calma durante, loucuras no final"

Ou seja, dane-se o mundo todo. Eu me basto, dá licença?

Nos últimos dias eu tenho me lembrado dessa música quando ouço o presidente Lula falar sobre a crise econômica. Não que ele não tenha sido otimista desde o começo. E acho inclusive que deveria ser.

Mas já passou do ponto. Que pelo menos ficasse quieto, porque não é o otimismo dele que faz sua alta popularidade, mas sim o fato de as pessoas saberem que a origem da crise não está no Brasil.

Ao mesmo tempo elas sabem que os problemas não passaram e que vão, sim, pegar um pouco da economia real, embora o Brasil tenha boas chances de sair dessa melhor do que outros emergentes.

Sem contar que tanta positividade pode contaminar gente mais simples que pode se enfiar num crediário sem ter condição de pagar daqui alguns meses, quando o efeito vier mais pesado.

É hora de comedimento, não de euforia. Parece tão óbvio isso.

Otimismo babeta definitivamente não é um lance legal.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Obama já fez besteira

Quando prometeu o governo mais ético da história recente dos Estados Unidos em sua campanha eleitoral, o presidente Barack Obama colocou a barra lá no alto, numa posição quase impossível para que os republicanos o atingissem em cheio.

Pois o rapaz acaba de completar a segunda semana no cargo e acaba de perder seu secretário da Saúde, Tom Daschle, um dedicado democrata que teve problemas com a receita federal. Problemas parecidos com os de outros membros do governo, como o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, que acabou ficando no cargo.

Comecinho miserável.

Para piorar, Obama soltou um cândido "I screwed up" para falar sobre as indicações mal feitas, com um sorriso de canto de boca, quase que dizendo "Estou começando e as críticas que vocês fizerem não vão me pegar tão cedo". Alguém que disse ter tido a capacidade de julgamento para ver que a invasão do Iraque seria um erro ficou bastante longe disso no seu início de Casa Branca.

Não escrevi uma linha sequer sobre a posse do rapaz porque realmente não achei que pudesse acrescentar alguma coisa, diante do turbilhão de textos e opiniões publicados. Depois da segunda semana, quando o governo Obama já acumula razões para ser criticado, a imprensa mundial ainda é indulgente com o presidente americano. Governar assim eu também consigo.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tarso errou (mesmo) com Batistti

Depois de colunas, reportagens, diplomatas revoltados, defensores dos direitos humanos ponderados, formei meu juízo sobre o caso da concessão de refúgio ao italiano Cesare Battisti a partir de uma tripinha na Folha de S.Paulo desta quarta-feira. Segundo o jornal, a França, que também deu abrigo ao rapaz, justificou a concessão do mesmo benefício a Marina Petrella, ex-militante das violentíssimas Brigadas Vermelhas, apontando para a saúde dela.

Já o ministro Tarso Genro preferiu apelar ao "fundado temor de perseguição política" e duvidou da imparcialidade da Justiça italiana ao tomar a decisão em favor de Battisti. Conseguiu com esse detalhe prejudicar uma resolução que seria justa, uma vez que o acusador do italiano nem sequer tem paradeiro conhecido e contou com o benefício da delação premiada para apontar o dedo.

Por mais que insista que a decisão do Brasil foi soberana, é sabido que Tarso não consultou o Itamaraty antes de resolver. E enfiou na cara da Itália e do governo do tosquíssimo Silvio Berlusconi uma justificativa dura, nada diplomática e desnecessária. A França obviamente desconfia das mesmas possibilidades que afligiram o pimpão ministro da Justiça. Mas preferiu se referir às condições de saúde de Petrella, em vez de criar caso por nada. Diante disso, a mesma Itália recuou.

Parece razoável que a mesma decisão soberana que Tarso defende seja acompanhada do tensionamento das relações pela Itália, que viu um ministro de Justiça brasileiro pela primeira vez questionar a justiça dos outros. Molecagem de segunda categoria.

Um bom exemplo de como uma decisão justa pode ser prejudicada por quem não sabe respeitar a soberania alheia.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dançando com a chuva

Eu moro numa travessa da avenida Nazaré, em São Paulo. Esta região já foi reconhecida como o local mais infestado por revendedoras de automóveis na cidade. Ainda me incomoda o fato de encontrar mais concessionárias por estas bandas do que padarias, farmácias e qualquer coisa que não cobre IPI. Mas realmente não esperava um dia ouvir um relato como o da minha irmã ontem, segundo quem as chuvas pesadas fizeram o Ford Ká da vizinha quase entrar pela janela da minha casa, encravada no fim de uma pequena vila. Até assim a Anfavea afeta a minha vida.

Aliás, obrigado à prefeitura do tio Kassab por se preocupar!

Mudamos para cá em 2003 e nos alertaram que o lugar corria risco de virar um aquário porque havia várias construções ao lado, que acabavam espalhando areia pelos bueiros e entupindo tudo. A primeira vez em que testemunhamos uma quase cheia foi em 2004, o que levou grande parte do bairro a votar contra a prefeita Marta Suplicy que pouco ajudou a resolver o problema do Ipiranga com as chuvas. Ouvi vários dos meus vizinhos reclamarem sobre a falta de ação da prefeitura e concordei plenamente com as críticas.

Eis que cinco anos depois o mesmo lugar foi praticamente arrasado, com ainda mais lama entrando nas casas, e a prefeitura só deu as caras no meio da madrugada para remover umas porcarias da rua. Mas ninguém cobrou o subprefeito nem a prefeitura com a devida veemência. Parece que a falta de planejamento para crises desse tipo que existia há cinco anos se manteve, mas hoje o problema é a natureza, enquanto naquela época era a prefeita. Adoro gente com critérios claros. Enquanto isso vamos aqui dançando com a chuva. Dançando até o chão cheio de lama.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Há fiéis da Renascer que me assustam

Eu tenho dois amigos que frequentam a Igreja Renascer em Cristo. Ao contrário do que muita gente preconceituosa defende por aí, ambos são pessoas muito inteligentes e nada manipuláveis. Nem fazem questão de dizer que frequentam os templos da polêmica entidade para evitar os pré-julgamentos que, certamente, viriam no trabalho, entre os amigos, onde fosse.

Mas eles certamente não se incluem no grupo de fiéis que se propõem a fazer uma marcha contra o Demônio por conta do desabamento da sede mundial da Renascer em São Paulo, onde morreram nove mulheres na semana passada. Um amigo me contou esses dias (não lembro quem, peço perdão pela falta de crédito ao meu informante) que lideranças da igreja justificaram o acidente com uma referência bíblica a Jó, cujos filhos teriam sido soterrados na própria casa dele. E o responsável por isso seria o Coisa-Ruim.

(Só falta eles se confrontarem na marcha da insensatez com um grupo satanista entoando a famosa música "Portão de ferro, cadeado de madeira. Na porta do cemitério encontrei o Exu Caveira".)

Neste domingo de aniversário da capital paulista, o apóstolo Estevam divulgou uma carta na qual diz que o templo "sempre esteve seguro, com toda a sua documentação legal, alvará, manutenções e limpeza. Suas reformas foram feitas dentro das mais rígidas normas de segurança, sob a supervisão de profissionais competentes e cuidadosos, de instituições e empresas reconhecidas".

Não cabe a mim questionar as lideranças máximas da Renascer: esse será o trabalho da Justiça dos homens, dos fiéis e da justiça divina (não sei se ela existe, mas dou o benefício da dúvida). Já viram motivos, sim, para contrariar o que diz apóstolo, que vive em Miami.

Não quero sugerir de qualquer forma que o apóstolo Estevam e a bispa Sônia não se importem com o que aconteceu no templo. Nem sequer duvido da possibilidade de que os líderes da igreja tenham sido enganados. Mas será que a maioria dos fiéis não consegue questionar os responsáveis diretos pela administração da igreja da Lins de Vasconcelos?

Fizeram uma reforma irregular, admitiram o problema apenas depois de pressionados pelo poder público e pelas famílias das vítimas e, em resposta, incentivam a marcha contra o Demônio, como se o Tranca-Rua tivesse sacaneado com a massa corrida e com o estuque da obra obviamente mal feita. Dá um tempo.

Mais do que do poder público, os fiéis da igreja precisam de gente inteligente dentro da própria comunidade, como esses meus dois amigos, para dar o devido peso aos fatos. Eles sabem que minimizar o incidente como se fosse coisa do capeta não ajuda nada. Espero que percebam que o momento que vivem será decisivo para a forma como a sociedade brasileira tratará a sua igreja daqui para a frente. Depois não adianta reclamar. Nem dizer as que eventuais críticas são obra do malvado exército do Belzebu.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

José Auriemo e o Jardim Panorama

Li na revista Exame que a crise ceifou o Brasil de quatro dos seus bilionários. Coisa muito triste. Um deles é José Auriemo, presidente da construtora JHSF. A empresa viu suas ações se desvalorizarem mais de 90% nos últimos 12 meses. Ele e o pai, Fábio, que tinham R$2,2 bilhões cada um, têm hoje R$218,5 milhões, diz a revista. O lucro da empresa cresceu 326% nos nove primeiros meses de 2008. E parte dele veio do projeto imobiliário mais endinheirado de SP.

Quando o PCC terminava sua primeira série de ataques na capital paulista, visitei uma favela às margens do rio Pinheiros chamada Jardim Panorama. Ela fica no pé do shopping Cidade Jardim, o mais caro da América Latina e que esconde atrás prédios caríssimos, onde a cobertura tem o chão do banheiro aquecido para que os ricaços não gelem os pés ao entrar no banheiro.

Posto aqui o texto que escrevi na época.

"Era uma quarta-feira na qual as bolsas de valores em todo o mundo despencavam. Autoridades sanitárias indianas decretavam estado de atenção para evitar suicídios em massa de homens que minutos antes eram milionários. Os investidores globais se desesperavam: fuga em disparada dos títulos de dívida de países emergentes, rumando aos menos arriscados papéis do governo norte-americano. O dólar disparava, deixando atônitos os que não contavam com a turbulência para viajar ao exterior. Para uns, sinal de tempos caóticos. Para os muitos os moradores do Jardim Panorama, uma favela pacífica da zona sul de São Paulo, não fazia a menor diferença. Cagavam e andavam.

Saindo do pé de um morro com poucas casas de alvenaria, perto dos prédios de empresas grandes como Microsoft e Citibank, e tendo acima a área do que será o mais luxuoso condomínio de São Paulo em alguns anos -- a cobertura custará R$ 10 milhões --, a comunidade Real-Panorama, dos habitantes das favelas Jardim Panorama e Real Parque, decidiu convidar a si mesma e partir para a festa dos futuros vizinhos naquela mesma quarta-feira lá no topo da escalada.

(Não que os ricaços tivessem má vontade com aquela gente simples e, por isso, não tivessem mandado belos cartões cobrando-lhe a presença privilegiada na bela comemoração. Na verdade, nem sabiam que o miserê estava tão perto: não havia nenhuma favela na maquete do projeto e o muro de dois metros de altura em torno da propriedade dava conta de esconder o resto.)

Mas qual era o motivo de essas pessoas terem tomado a decisão de aparecer onde não foram chamadas? Não esqueçamos do mercado, que responde a muitas perguntas com uma lógica invejável. Teria algo a ver com as agitações em Wall Street, preocupada com as incertezas sobre as taxas de juros nos Estados Unidos para os próximos meses? Passava perto das inquietações dos índices europeus, que tinham inchado além do razoável devido a resultados bons, mas nem tanto, de empresas do continente? Tem relação com os preços recorde do petróleo, culpa daquele maluco do Irã?

"O problema é que eles levantaram o muro", diz um dos líderes dos moradores. "Cercaram tudo, nem sabem que estamos aqui há décadas. Já levantaram isso faz quase dois anos e só vieram falar com a gente hoje. Mas só vieram porque souberam que a gente ia fazer esse protesto. Queriam evitar, mas não desistimos." Aquele foi o segundo protesto da história da comunidade do Jardim Panorama. O anterior juntou cerca de 50 pessoas, contou outro líder do movimento, contra a transferência de um dentista do posto de saúde da região.

Mas além de protesto, havia também festa! Difícil foi os cerca de 300 moradores chegarem até lá, com os objetivos singelos de serem vistos e ouvidos pelos futuros vizinhos, que já eram entretidos com champagne Möet Chandon e quitutes cujos nomes os mais simplórios habitantes do pé do morro nem conseguiam pronunciar.

Depois de mais de uma hora, mil metros de subida, dois encapuzados armados de fuzil, uma linha de seguranças mal encarados e pelo menos um repórter superfashion, os moradores, enfim, chegaram ao cume da rua Arnaldo Petrella, bem diante do bunker onde acontecia a celebração -- faltava bastante tempo para o showzinho intimista de Caetano Veloso, aquele que já cantou ter nascido para ser Superbacana.

Desses 300 que ali se fizeram ver para os donos de automóveis Mercedes, BMW, Lexus, Land Rover, apenas uma pôde encarar os futuros vizinhos dentro da festa na qual só estavam funcionários e aqueles para quem o bolo brasileiro já cresceu. O nome dela é Karina, tem 19 anos e quer ser advogada:

"É muito difícil vir aqui falar com vocês", disse ela já perto das 23 horas, sem deixar de ouvir o entusiasmo dos companheiros vindo do lado de fora, vencedores do duelo contra o frio e contra o mau humor, mas barrados pela falta de convite.

Leu um texto preparado: era essa a condição para o fim do protesto, para que todos pudessem ouvir. Não havia no papel nenhum pedido especial, nada estranho a quem conhece minimamente as leis, desta ou de outra cidade. Mesmo assim, dentro e fora da pequena fortaleza, houve muitos aplausos no final. Clima de alívio definitivo.

Assim que largou o microfone, Karina fartou-se de docinhos e salgadinhos, oferecidos e aceitos de bom grado.

Sob contrato, Caetano resolveu começar com um verso muito preciso: alguma coisa acontece no coração dele. Não é de se duvidar.

Na festa, os casais se abraçam para ouvir o cantor, talvez sentindo que compartilharam de um orgulho estúpido pelos pobres do país.

A choldra preferiu ir logo embora, pacífica e cantante como ao chegar, já que todo mundo acorda cedo para chacoalhar no ônibus a caminho do trabalho.

Aos seguranças e encapuzados, resta apenas observá-la ao descer o morro que tinha subido à espera de reconhecimento e de dias melhores.

Mas apesar de tudo isso, o mercado decidiu continuar tenso. Não tem jeito: ele é sensível a qualquer mudança brusca. Sem contar que é indiferente a todos os morros. Em especial aos que tentam subir."

Depois de reler esse texto, fiquei pensando se Auriemo corre risco de baixar no Jardim Panorama pra conhecer o lugar de verdade e, quem sabe, ficar por lá mesmo. O capataz da obra disse na época que ele era uma pessoa simpática e de hábitos simples. Pode ser. Ou não pode?

domingo, 18 de janeiro de 2009

A ditadura que os ciclistas querem

(Farei uma adaptação justa, para não colocar no mesmo balaio gente que pode pensar diferente. A crítica que faço é a alguns xiitas que encontrei em dezembro, na rua Augusta, e que tenho visto se manifestar por aí como se ciclovia fosse a única solução para os problemas do transporte público na cidade. Agradeço a todos pelos comentários e, em especial, para as críticas que são justas. Não às bobagens, inclusive a de que na periferia usar bicicleta é importante. Só quem nunca foi até os cafundós da cidade acha que alguém dali pode ir de bicicleta pro trabalho em uma região mais central da cidade. Eu já fui diversas vezes.)

Em vez de mais transporte público, para beneficiar a população toda, mais ciclovias PARA MIM! É isso que querem muitos dos ciclistas que têm se manifestado em São Paulo nos últimos tempos, inclusive com um protesto peladão na Avenida Paulista. Eu não gosto deles. Se você que está lendo o meu blog faz parte desse grupo que acha que ciclovia é mais importante do que transporte público de qualidade, conte com o meu mais absoluto desprezo.

O mais irritante é esses figuras que reclamam da falta de ciclovias na cidade nas áreas mais centrais, com protestos na rua Augusta, na Consolação, usam um tom de indignação babaca típico de quem não está nem aí se faltam ônibus na Cidade Tiradentes ou em São Mateus. Eles existem e quem faz parte do movimento e não vê as coisas assim sabe disso.

Para esses seguidores mais xiitas de Soninha "A Gente Boa" Francine, é importante tirar carros da rua para dar espaço para as bicicletas, e não para ampliar corredores de ônibus e beneficiar a toda a população. São do tipo de gente para quem as políticas públicas só são boas se trazem contrapartidas unicamente para eles próprios. Uns manés. Vão chupar limão.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Tarso Genro errou com "terrorista" Battisti

Se você toma uma decisão que coloca a imprensa, parlamentares e parte da Justiça a favor do governo do Silvio Berlusconi, o Silvio Santos da Itália, é porque cometeu um grande erro. Afinal, Berlusca é um cara de postura e entende de terrorismo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

O recado de Israel aos palestinos

Parafraseando ex-governador paulista Orestes Quercia, em meio a um protesto de professores acalmados na porrada, "democracia é muito bom, mas baderna eu não vou permitir". É esse o contexto da declaração repetida de Israel e seus amigos de que o Hamas é o maior inimigo dos palestinos, que elegeram os militantes extremistas para representá-los em Gaza.

O subtexto é "vocês elegeram esses vagabundos em um pleito justo, é verdade. Mas eles não gostam de nós e nós não gostamos deles. Tomem umas bombas aí e fiquem quietos por um tempo. Sabemos que a condenação internacional não vai demorar e vamos aproveitar o máximo para sufocar vocês".

O resultado será mais uma geração de homens-bomba palestinos. E Israel já deve ter medido as consquências que virão antes mesmo de entrar em guerra. Então por que tudo isso?

A resposta pode ter saído de uma declaração do chefe do Estado-Maior do Exército israelense (um cargo decorativo como é no Brasil).Segundo ele, o Hamas fez tudo por merecer e os rivais seculares do Fatah, moderados expulsos de Gaza, só reclamam por reclamar, porque também querem que o Hamas se arrebente para poder voltar à região.

Faz todo sentido para quem vê tudo sob a lógica da guerra. Não faz nenhum para quem enxerga o desperdício de mais uma geração por conta da falta de diálogo entre israelenses e palestinos. Para a maioria, o recado não chegou direito.