Depois de colunas, reportagens, diplomatas revoltados, defensores dos direitos humanos ponderados, formei meu juízo sobre o caso da concessão de refúgio ao italiano Cesare Battisti a partir de uma tripinha na Folha de S.Paulo desta quarta-feira. Segundo o jornal, a França, que também deu abrigo ao rapaz, justificou a concessão do mesmo benefício a Marina Petrella, ex-militante das violentíssimas Brigadas Vermelhas, apontando para a saúde dela.
Já o ministro Tarso Genro preferiu apelar ao "fundado temor de perseguição política" e duvidou da imparcialidade da Justiça italiana ao tomar a decisão em favor de Battisti. Conseguiu com esse detalhe prejudicar uma resolução que seria justa, uma vez que o acusador do italiano nem sequer tem paradeiro conhecido e contou com o benefício da delação premiada para apontar o dedo.
Por mais que insista que a decisão do Brasil foi soberana, é sabido que Tarso não consultou o Itamaraty antes de resolver. E enfiou na cara da Itália e do governo do tosquíssimo Silvio Berlusconi uma justificativa dura, nada diplomática e desnecessária. A França obviamente desconfia das mesmas possibilidades que afligiram o pimpão ministro da Justiça. Mas preferiu se referir às condições de saúde de Petrella, em vez de criar caso por nada. Diante disso, a mesma Itália recuou.
Parece razoável que a mesma decisão soberana que Tarso defende seja acompanhada do tensionamento das relações pela Itália, que viu um ministro de Justiça brasileiro pela primeira vez questionar a justiça dos outros. Molecagem de segunda categoria.
Um bom exemplo de como uma decisão justa pode ser prejudicada por quem não sabe respeitar a soberania alheia.
Mudamos (01/16)
Há 8 anos
2 comentários:
Tarso Genro foi, no mínimo, desastrado. E o show de horrores continua também do lado de lá - você viu que quase cancelaram o amistoso entre Brasil e Itália? Meu Deus, que várzea!
A verdade é que a Itália e o Brasil já esqueceram o Battisti e começaram uma briga de quem pode mais: europeus ou latinos? Eu ainda não tenho opinião formada sobre este caso, mas eu concordo com o Fábio, totalmente "vázea" este impasse.
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