A vitória do Palmeiras por 1 x 0 no derby contra o Corinthians foi um dos jogos mais tediosos que vi nos últimos tempos. O goleiro alvinegro, se tanto, fez duas defesas difíceis. O mítico Marcos não fez nenhuma. Além do time do Parque São Jorge, também perdeu a bola, maltratada pelas duas equipes do começo ao fim do jogo.
Desfalcado, o Corinthians entrou em campo para não perder. A semana toda só se falou nisso no Parque São Jorge, inclusive publicamente. Vai ter complexo de cachorro morto lá longe...
O inteligente e educado treinador Mano Menezes claramente preferiu não tentar a vitória. Apesar de dizer que dirige um time de macho, o gaúcho medrou. E pagou o preço, apesar da falta de críticas à sua falta de coragem no jogo.
Pela vantagem na classificação e por estar sem o goleiro Felipe, o polivalente Alessandro, o volante Fabinho e os atacantes Acosta e Dentinho, ele optou por uma formação indiferente ao ataque, como se o Corinthians nunca na história tivesse entrado em campo ainda mais arrebentado e não tivesse vencido equipes melhores.
Mereceu perder.
Mereceu perder apesar de o Palmeiras ser um time igualmente tedioso, talvez com um pouco mais de talento ofensivo. Apesar de entrar em campo pressionado pelos maus resultados recentes, o alviverde atacou pouquíssimo. Sem criatividade nenhuma.
Apesar da gritaria midiática, o meia Valdívia passou o jogo todo escondido atrás da marcação. O artilheiro Alex Mineiro não encostou na bola. Diego Souza deu uma caneta no lateral André Santos e depois assistiu o resto da partida em posição VIP.
O que decidiu foi um detalhe. Como acontece nos clássicos.
Como aconteceu no gol do corintiano Betão contra o São Paulo no Brasileirão de 2007. Ou no pênalti que definiu a classificação do Tricolor contra o Palmeiras na Libertadores de 2006.
No domingo passado, foi uma bola dividida. Deu Valdívia.
E é só.
Depois do jogo muita gente se esforçou em salvar o lamentável derby. Quiseram aproveitar para estimular alguma polêmica na comemoração chorona do palmeirense. Uma comemoração tão controversa que ninguém entendeu quando viu. E pouca gente realmente se importou depois de entender a que ela fazia alusão.
Depois que o chileno esclareceu que era uma resposta ao zagueiro corintiano William, que teria dado ao chileno o apelido de chorão, a jornalistada pensou ter achado um lide para uma partida tão tediosa, mas tediosa mesmo.
Comemoração irreverente? Comemoração debochada?
Os corintianos não deram a mínima. E os palmeirenses, mais interessados na ampliação do tabu de mais de um ano e meio sem perder para o arqui-rival, não ligaram.
No fim das contas, o derby, quem diria?, valeu pouco.
Para os palmeirenses valeu a chance de continuar na disputa pelo Paulistão, objetivo mais fácil para quem não conquista um título há quase nove anos. Mas será difícil...
Para os corintianos valeu a frustração de ver um time que briga muito e pensa pouco. Muito pouco mesmo...
E para mim, valeu apenas um post e a tristeza por não ter perdido o sono por uma derrota tão sem graça. Sem contar o desperdício de ansiedade e de saliva que me impeliram a desperdiçar 90 minutos em um jogo tão insosso e mal jogado.