terça-feira, 19 de agosto de 2008

Uma curiosa equipe da TV Record em Pequim

Bar da zona leste de Pequim, meia-noite de segunda-feira. Eu estou no banheiro. Quando volto, vejo dois amigos agora acompanhados por uma outra colega, um gordinho e uma morena brasileira muito bonita. Me sento à mesa. E, do nada, a moça bonita começa a conversar comigo. Desconfio, só para variar.

Trinta segundos depois surge o diagnóstico: ela é repórter da TV Record e está desesperada para cumprir ordens do chefe. Precisa de gente que não goste da comida de Pequim. Alguém disse a ela, acidentalmente, que eu não curto algumas das gororobas que servem por aqui e a dita cuja caiu matando.

"Mauricio, você não gosta da comida da China, não é verdade?", pergunta ela, que de cara não vê problema em entrevistar um jornalista para fazer sua reportagem.

"Não é verdade", respondo.

"Eu preciso de pessoas que não gostem da comida da China. Me conte do que você não gosta", insiste a brasileira, que não desiste nunca, já com bloquinho na mão.

Um dos meus amigos vai além do meu susto e fala alto: "É assim que vocês cavam as pautas de vocês? Vocês estão reportando ou estão buscando gente que caiba no que vocês querem ouvir?", disse ele.

A moça, a esta hora não tão bonita, fingiu que não ouviu e pediu meu telefone com aquele sorriso que todo mané acha que vem de mulher que quer levá-lo para a cama.

"Não sei o número", respondi, enquanto andava para a porta com o celular à mão, fingindo estar falando com alguém.

Cinco minutos depois, ela saiu do bar. E eu ainda com o celular na mão e com uma vergonha alheia do tamanho do mundo. A bonita e o gordinho ainda caçavam quem coubesse na pauta deles.

A China realmente exagera quando fala na mídia ocidental malvada. Porque pelo menos no caso da brasileira, ela não é mal intencionada, como no caso da equipe da TV Record que me abordou.

Eram apenas jornalistas vagabundos e picaretas, sem raiva do país.

Logo depois lembrei que a TV Record terá exclusividade da retransmissão dos Jogos Olímpicos de 2012. Será que a moça bonita e o gordinho ainda estarão por lá?

16 comentários:

Anônimo disse...

Mauriciao... vc vacilou, deveria ter pedido algo em troca pela materia ahuhuahuahuahuahuahua
abs

Anônimo disse...

maurício, qual o nome da repórter? fiquei curiosa! já trabalhei lá e essas situações são bem mais comuns do que todo mundo pensa.

Anônimo disse...

Pegou ou não pegou?

Eu não tô pegando nem gripe (aviária, claro) por aqui. Humpf.

Anônimo disse...

Vou ser direto: espero nunca ter o desprazer de te conhecer. Você é medíocre!

Anônimo disse...

Esses jornalsitas que se acham acima do céu e da terra…são uma piada. Ora, toda a matéria traz “personagens”, claro que não é todo estrangeiro que não gosta da comida da china..mas há muitos que de fato não gostam. Achar uma pessoa com esse perfil para ilustrar a reportagem sobre o assunto é algo natural. Esses caras que se dizem da “antiga”, é que se acham os melhores, os Clark Kents das redações… talvez a reporter tenha sido mal na forma de abordagem, mas dai, chamar os profissionais de “vagabundos e picaretas”, é uma prepotencia sem tamanho. Como é que você faria uma pauta sobre “pessoas que passam mal com a puluição da CHina?” ..naturalmente nem todas passam mal..mas muitos sim. Você iria a um hospital? procuraria uma pessoa que estivesse mal por conta da poluição?..pois é! recentemente li uma materia sobre executivos que estão indo trabalhar a pé para fugir do transito de SP. obivio que não são todos os executivos que fazem isso. A reportagem mostrava dois que faziam. Eram personagens ilustrando uma matéria…
Ao que eu volto a perguntar para o “grande jornalista” autor do texto…onde está o problema!!????

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Nome GAbriel

E-mail (não será publicado) logusco@terra.com.br
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Anônimo disse...

Só uma correção. Agora é que li o perfil do grande Savarezze e vi que me enganei. Ele não faz parte da "antiga". O cara é um moleque, praticamente recem formado, que fez alguns frellas para alguns jornais importantes e já se acha no direito de analisar, criticar e chamar outros reporteres de "vagabundos e picaretas". Esse alias, é um dos poucos problemas do BLOG. Qualquer um se acha especialista e mestre em tudo. Qualquer mané pode tirar onda de "onsbudmam"...
Você ainda tem que comer muita poeira de redação garoto!

Anônimo disse...

Fiquei impressionado com a sua postura arrogante e falta de ética que você descreve no texto. Chamar um profissional que está fazendo seu trabalho, de uma forma que não vejo o menor problema, de vagabundo e picareta, é no minimo triste. Talvez você devesse parar de assitir filmes como Cidadão kane ou Montanhas dos sete abutres ou ainda Boa noite e boa sorte, para viver o mundo real....
Sua postura foi ridicula...

Anônimo disse...

Deixa eu entender. Jornalista que entrevista jornalista não é vagabundo. Repórter que pede ao entrevistado para dizer exatamente o oposto do que pensa não é picareta. É o que então, meu caro Gabriel? Procurar personagens para uma matéria é bom, lícito, justo, corriqueiro até. Numa matéria sobre poluição do ar, não seria maravilhoso entrevistar crianças com problemas respiratórios num grande hospital de Pequim? Quem sabe até o médico responsável pela pediatria ou pelo departamento de doenças respiratórias pudesse dar uma bela contribuição à reportagem. Mas o que dizer de um jornalista que, com essa pauta, vá a um bar freqüentado por coleguinhas e pergunte: "Tem alguém que pegou um resfriado ou começou a tocir depois de chegar em Pequim?". Seria ridículo recriminá-lo se, diante de uma negativa, ele tentasse convencer o "entrevistado" do contrário? "Tem certeza que não sentiu diferença de São Paulo? Seu nariz tá com coriza, não?". Mas, talvez, você tenha a mais absoluta razão. Não há o que criticar. O jornalismo nativo é uma dádiva. Aleluia!

Anônimo disse...

Caro Rodrigo,
Em primeiro lugar, na minha opinião, não vejo problemas em jornalista entrevistar jornalista. Pois considero essa profissão, exatamente isso. Apenas uma profissão. Mas isso é uma opinião pessoal e entendo e acho natural que algumas pessoas não achem isso correto. Segundo, pelo que entendi do texto, a reporter ficou sabendo que o autor do blog não gostava de comida chinesa e foi tentar entrevista-lo. Como falei, talvez ela não tenha sido feliz na sua forma de abordagem, mas ainda não acho que isso justifique ofender alguém. O fato de ela estar ali, representando uma TV "grande", na cobertura de uma olimpiada, indica que ela merece algum crédito. Na minha opinião, a resposta que "um amigo' do blogueiro teria dado a reporter, foi grosseira e passa a imagem de que "jornalista de verdade não procura personagem"..E isso que me incomodou. A maneira como ele descreve que "fingio falar no celular" para esnobar a jornalista, é uma postura que considero ridicula, digna das "celebridades" encantadas...Concordo que o jornalismo, não só o brasileiro como de qualquer outro país, tem problemas. Mas não consigo enxergar no ato relatado algo tão anti-ético, tão comprometedor e inaceitavel, que justifique ofender as pessoas dessa maneira. Podia ser inexperiencia, ao invés de "picaretagem". Poderia ser nervosismo ao invés de "vagabundagem"..Enfim, cada um tem uma maneira de enxergar as coisas. Eu realmente não tenho paciência com jornalistas que sofrem da sindorme de Clark Kent, que acham que vão mudar o mundo e se julgam os "grandes profissionais em meio a uma mídia vendida e incopetente"...
Jornalista não está sob o céu e a terra..ele é um profissional, como qualquer outro. Recebe salario, tem chefe, paga aluguel e não. ele não pode mudar o mundo....

cristiana gomes disse...

sua avaliação é grosseira.

Anônimo disse...

Caro Maurício,
não o conheço. Aliás, nunca ouvi falar de você. Não sei se é gordo, magro, alto ou baixo. Calculo que seja baixo. É o que demonstra em seu comentário. Agora, gostei mesmo do seu 'currículo'. Escreveu sobre 'diversos assuntos' ? Uau! Que rico! E além de corintiano, agnóstico e esquerdista, ao menos cursou alguma faculdade ? Pelo que escreveu, parece que não. Ou então cabulou muitas aulas de ética. Chamar colegas por nomes pejorativos não enriquece o texto. Nem o torna engraçado ou interessante. Nunca tinha ouvido falar de Mauricio Savarese. Mas talvez agora, com esses comentários, você consiga o que pretende: sair da sombra. Se bem que, com textos deste nível, seria melhor para você continuar recluso. Recluso em sua mediocridade.

Klaus Banterman - jornalista

klabanterman@hotmail.com

Anônimo disse...

PICARETAS E VAGABUNDOS


Os blogs se espalham como praga pela internet. Alguns muito criativos e competentes. Outros são apenas piadas. O blog de um tal Maurício Savarese é um destes últimos. Em um texto que critica uma equipe de televisão brasileira por estar à caça de personagens para matérias, Savarese beira o absurdo. Chama o produtor de "gordinho" e a repórter de "moça morena bonita". Nada mais antigo e politicamente incorreto. Mais adiante, diz que a repórter pediu seu telefone celular com cara de quem quer sexo. De onde surgiu um jornalista desse?

Savarese chega ao cúmulo de chamar o produtor e a repórter de vagabundos e picaretas. Pera aí, Savarese...

No blog do Savarese descobrimos que ele se formou em jornalismo em 2003, ou seja, ele está na área há apenas cinco anos. Nestes cinco anos, que matéria de destaque ele fez mesmo? Silêncio.

Savarese se autoconclama esquerdista e agnóstico. O que será que ele quis dizer com isso? Pela mediocridade do moço, eu imagino tanta coisa... Só imagino mas não publico. Mesmo porque seria impublicável.

Savarese, um conselho de amiga: pense muito antes de atirar pedra... A experiência (que você ainda não tem) diz: quem tem telhado de vidro, deve ficar sem pedras na mão.

Que os ares de Pequim, apesar de poluído, te façam ver quais são as cores e quais as coisas pra prender de verdade um leitor.

Marina Spultz

Anônimo disse...

Rapaz, que pessoal mal humorado... vem cá, isso aqui é um blog, não um jornal. Os leitores funcionários da Record poderiam se levar menos a sério. Eu sei que o Maurício é um dos caras mais honestos que eu conheço e nunca teve a menor preocupação em ser estrela de nada. Sei que ele costuma ser bem econômico nos adjetivos e se usou esses é porque ficou bastante ofendido com a aproximação da moça. Sinceramente, eu também ficaria. Esse pessoal que trabalha na Record precisa começar a aceitar críticas --e olha que nem citaram o nome dos dois...

O blog tá ótimo, continue assim

Daniel

Anônimo disse...

HAHAHAHA, OK, meu velho, você pegou pesado com a pobre-coitada-repórter-gostosa-pressionada-pelo-chefe. Mas, sabe como é, acertou no que não viu. Ou: você não sabia porque estava batendo, mas ela sabia porque estava apanhando.
TODAS as repórteres de televisão são vagabundas e picaretas. É um mal que atinge as MULHERES do chamado JORNALISMO TELEVISIVO. Aliás, a totalidade delas, importante dizer. Parece que essa situação foi muito bem descrita no livro "Gostosas na TV: Os Pixels da Sedução", que foi auto-editado por um doidão do Embú que uma vez encontrei numa festinha domiciliar, há uns três anos. Não li, mas me disseram que é muito bom. No livro, ele diz, acho, que as repórteres de televisão usam da sua sensualidade e covardia para produzirem matérias mentirosas, e, assim, compensar a inanição mental contínua da qual sofrem a partir do momento em que pegam no microfone (perceba as nem tão sutis ilações sexuais). Aliás, o autor lá cita também, acho, uma estatística curiosa. Mesmo tão bonitas e bem cuidadas, cerca de 115% dessas profissionais sofrem de patologias psiquiatricas ligadas à sexualidade _desde descontroles, erm... fisiológicos durante o sexo, passando por frigidez e chegando a desejos incetuosos (normalmente, com os filhos, ainda crianças). Um quadro bem feio, o que o cara pintou no livro dele, né?

JC MAGALHÃES

Unknown disse...

Que gente estressada.Precisam todos frequentar os cultos de desencapetamento total.

Unknown disse...

Para Marina Spultz:

..."Mais adiante, diz que a repórter pediu seu telefone celular com cara de quem quer sexo"

Minha filha, você fez Unip, foi?
Interpretação de texto zero.
Se eu fosse o Justus, te demitia.