sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Eu prefiro que os EUA liderem

Já na parte final da minha experiência em um país comunista, acordei na manhã de sexta-feira para assistir pela Internet ao discurso em que Barack Obama aceitou ser candidato à Casa Branca pelo Partido Democrata. Não tem como não se emocionar.

Ver um estádio cheio de gente jovem e empolgada com as possibilidades da democracia representativa, como em Denver, reforçou a minha fé de que o modelo chinês não é alternativa.

E nunca, nunca será.

Nas últimas semanas conversei com alguns americanos que se preocupam mais em fazer parte da elite intelectual global do que em arrotar como os iuessei despertam a inveja do mundo por serem tão sensacionalmente sensacionais.

Todos esses se mostraram um tanto envergonhados pelos oito anos do governo Bush e, principalmente os mais velhos, contaram que nunca foi tão difícil ser um americano vivendo no exterior.

Quando alguns deles me perguntaram sobre o que eu pensava sobre os EUA, respondi que se estivesse vivo na Segunda Guerra Mundial, preferiria a vitória deles. Se estivesse vivo no auge da Guerra Fria, preferiria a vitória deles. E se vierem a enfrentar a China, seja como for, ainda prefiro a vitória deles. Sem medo de ser feliz.

Sou pró-americano também por falta de opção.

Porque os Estados Unidos pelo menos não te executam nem te mandam para campos de trabalhos forçados se você protestar contra as atrocidades de Guantánamo e de Abu Ghraib, contra a poluição e o consumismo desmesurados por lá, contra o racismo e a intolerância religiosa por aquelas bandas e por aí vai.

E além disso, eles também são capazes de botar um negão com chances reais de conquistar a Casa Branca 40 anos após Martin Luther King dizer que tinha o sonho de um dia as pessoas serem julgadas não pela cor da pele, mas sim pela firmeza do caráter.

Uma sociedade que muda e que respeita mudanças.

Se os EUA não forem adiante com esse tipo de postura, que zela minimamente pelas nossas liberdades individuais, quem irá?

Que eles sigam adiante.

2 comentários:

Anônimo disse...

Entre qualquer modelo - qualquer um mesmo - e o comunismo chinês ou a ditadura cubana, é óbvio que não há outra escolha possível.

Mas nenhum deles, nenhunzinho, ainda foi capaz de resolver verdadeiramente nossos problemas, né? Se é que algum dia isso vai acontecer...

E a Convenção dos Democratas foi um show, de fato. De arrepiar!

O sistema eleitoral americano tem detalhes bem complicados (aquela contagem dos votos por delegados que resultou na grande cagada que foi a primeira eleição do Bush em 2000, por exemplo), mas me fascina demais essa participação mais ativa dos que realmente se interessam por política. E também a liberdade que aqueles que não se interessam têm, afinal de contas, de não se envolverem tanto. Parece simples e é mesmo. Deveria ser também no Brasil.

E tô com um medo danado do velhinho McCain, amigo... Acho que vai ser dureza, viu?

Anônimo disse...

Mas a China nunca vai virar uma potência que pretende dominar o mundo, como EUA e a URSS. Eu tava conversando isso com o Caio no Portella neste sábado: a China não quer vender o seu modelo de estado aos outros países. A China só quer convencer o mundo a comprar o radinho chinês. É baratinho. Nesse aspecto, a China é bem melhor.