segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Após incidente, SBT teme vigilância em Pequim

Maurício Savarese, especial de Pequim para o Comunique-se

A aparente coincidência entre uma visita policial e o download de fotos da Anistia Internacional críticas ao respeito dos direitos humanos na China deixaram a equipe de reportagem do SBT em Pequim com dúvidas sobre se ainda está sendo vigiada durante a cobertura dos Jogos Olímpicos.

Na semana passada, três policiais fizeram uma segunda e atípica visita à equipe de 13 pessoas que vieram do Brasil, instaladas em dois apartamentos perto do Parque Olímpico. Pouco antes, o repórter especial Sérgio Utsch tinha baixado fotos de uma campanha da seção européia da Anistia Internacional para ilustrar uma reportagem.

Os policiais tiraram fotos assim que a porta foi aberta e, convidados pelos funcionários do SBT, entraram nos apartamentos. Checaram passaportes, fizeram perguntas que não se relacionavam com as fotos e deixaram o local, segundo Utsch. Desde então, os jornalistas se preocupam com o tratamento que podem receber na sede dos Jogos Olímpicos.

"Não posso afirmar que estamos sendo vigiados, não tenho provas disso. Mas vou levar essa dúvida daqui. A gente não deixou de fazer nada por isso. Não viemos para provocar a polícia, sabemos das limitações. Só que a preocupação fica, até porque as regras nunca são muito claras", disse Utsch ao Comunique-se.

Normalmente a polícia chinesa faz apenas uma visita a estrangeiros recém-instalados no país, horas depois de eles se registrarem na delegacia mais próxima.

Responsável pela equipe do SBT em Pequim, Alexandre Carvalho, compartilha a preocupação dos colegas que produzem, de acordo com ele, "reportagens sem nenhum tom ufanista e que, às vezes, podem parecer mais críticas".

"Ficamos mais receosos porque tudo isso que ouvimos de outros colegas chegou perto da gente. E o receio se justifica porque eles têm posição de nos monitorar se quiserem. Sem contar que todos os sinais de transmissões na China passam pelo centro de imprensa deles. Só depois eles passam para o satélite dos EUA", afirmou Carvalho.

"Mesmo assim estamos confiantes de que dá para fazer um bom trabalho. Somos uma emissora fora do circuito dos esportes olímpicos, estamos mais na cidade e é natural que surjam algumas dificuldades. Esperamos que tenha sido apenas uma coincidência", completou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ma-oooooooooooe, ma-oooooooooooooooe, estão de olho na TV do homem do baú, é? Tsc, tsc.