A homossexualidade não é proibida na China. Mas é extremamente mal vista e não conta com a mesma tolerância que se vê aos fins de semana na Avenida Paulista. Descobrir casais gays por aqui fica ainda mais difícil para um ocidental quando se leva em conta que os chineses mal se encostam publicamente, mesmo os namorados.
Por isso o meu choque quando um casal de lésbicas se apresentou a mim e a um casal de amigos em um bar espanhol na noite de segunda-feira. Lá pelo fim da noite, com o lugar quase vazio, bebíamos e conversávamos ao balcão quando uma moça muito bonita --terninho bege, cabelo liso, e inglês bem falado-- se aproxima.
Um tanto bêbada, ela oferece uma rodada de bebida grátis e aponta para um grupo de pessoas no qual diz estar o amor da sua vida. Não consigo localizar um sortudo e assim como meus amigos peço uma bebida alcólica. Lamentavelmente aqui não é de bom tom fazer isso com sucos e refrigerantes.
Aceitamos os tragos, comemoramos com a chinesa, bebericamos e eu ainda procuro o sortudo. Minutos depois desce a conjuge, quase tão bonita quanto a primeira, com uma expressão que me acostumei de chamar na rua de hellokittesca, por parecer um tanto bobinha. E tasca um selinho claramente apaixonado na outra na nossa frente.
Os homens que estão lendo isso já sabem o que os caras presentes no bar pensaram. Não tem como pensar nisso de outra maneira.
Minha amiga, que se esforça para usar blusas decotadas sempre que pode, algo raro na China, percebeu também um certo assédio por parte das duas, que teriam demonstrado uma leve decepção ao saber que ela estava ali com o namorado. Essa parte eu não consegui notar, mas não deu pra deixar de perceber que as duas davam beijos rápidos de língua, de quem já namora há algum tempo.
Terminamos de beber, parabenizamos as duas pelo amor que dizem sentir uma pela outra e nos despedimos. No andar de cima do bar, as duas continuam se tocando, se abraçando e falando alto, em meio a um grupinho de amigos aparentemente heterossexuais que acham tudo muito normal e corriqueiro.
Dessa eu não vou esquecer nunca mais.
Pelo fetiche também, admito.
Mudamos (01/16)
Há 8 anos
2 comentários:
Puta merda... já desvirtuou. Veio com essa história de lésbicas chinesas e tudo o mais só para diminuir as atenções sobre o fato de ter tomado um birinaite. Safado.
Amei, amei! Já posso imaginar sua animação!
|Rs
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