sábado, 12 de julho de 2008

Braço forte, mão amiga de quem?


Militares condenam à morte três jovens do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, e depois alegam que queriam apenas assustar os rapazes levando-os a uma favela comandada por um grupo de traficantes pesadamente armados, adversários dos traficantes pesadamente armados do local onde viviam os assassinados.

Oito militares são presos. Aqueles que dispararam mais de 30 tiros para abater os jovens continuam soltos. Nenhuma assistência foi prestada até agora às famílias dos três rapazes.

Mas não vai ficar por isso mesmo.

Em depoimento a deputados federais, a mãe de um dos assassinados diz que seu outro filho, de 14 anos, quer virar traficante de drogas para "fazer justiça com as próprias mãos".

"Pedi um psicólogo para o meu filho, mas ainda não tem ninguém com ele. Ele era muito amigo do irmão. Não fala mais nada! Ele disse até que quer virar vagabundo para fazer justiça com as próprias mãos", disse a mãe a deputados federais.

Uma pena.

Em vez de traficar, o menino teria mais sorte se dedicando a crimes financeiros. Se ele não vê solução na vida honesta --como se diz que era a do seu irmão assassinado--, pelo menos ele garantiria a atenção de gente em Brasília para defender o seu direito de não ser intimidado na porrada por militares vagabundos.

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