Os jogadores não mereciam. A torcida, tampouco. Mas o Fluminense Football Club mereceu se dar mal na final da Taça Libertadores.
Essa entidade, que nunca teve vergonha de virar a mesa, dever e não negar e ainda assim simular uma fidalguia que já está morta e enterrada, tem muitos pecados para expiar antes de merecer o título mais importante do continente. A LDU é dignamente campeã.
É impossível não se encantar com a habilidade de Thiago Neves nos últimos jogos. Não dá para não torcer por Washington, que, além de ser um cara bacana, é talhado para decidir. Como ignorar a epopéia do goleiro Fernando Henrique, tantas vezes surrado pelo clube e pela torcida tricolores? Ou ainda da técnica do zagueiro Thiago Silva, tão identificado com o clube? São todos atletas heróicos.
Mas a história condena o Fluminense a mais anos e anos de pequenice. Assim como espero que condene, não perpetuamente, todos os outros clubes com pecados semelhantes. Incluindo o meu Corinthians, até que ele finalmente se limpe de verdade.
O Fluminense foi rebaixado duas vezes para a segunda divisão há cerca de dez anos. Na primeira vez soltou champanhe para comemorar uma virada de mesa vergonhosa. Na segunda quis dar um jeitinho e não conseguiu. E de tão ruim que era, foi relegado para a Série C do Campeonato Brasileiro.
Ali ameaçou se reconstruir de verdade.
Até que outra reviravolta escabrosa, em 2000, colocou o Fluminense de volta à elite do futebol nacional, na maior cara de pau e devendo mais de R$100 milhões. E o que mudou de lá para cá no clube carioca? Veio um patrocinador para bancar todos os times do Tricolor e a dívida subiu para R$140 milhões. Vagabundagem total.
Como torcer por um time que viveu isso tudo há tão pouco tempo e que resolveu neste ano fazer discurso como se fosse o time mais sensacional da história? Como torcer por quem confundiu bom humor com menosprezo o rival equatoriano? Eu não torci.
Foram semanas de gente do Fluminense dizendo que o melhor jogador da LDU fica em Quito: a altitude. Após o primeiro sacode, passaram dias como se fossem os brasileiros os donos da vantagem, e não os equatorianos. Quiseram criar polêmica com o brilhante Guerrón. Afinal, ele vestiu uma camisa do Flamengo. Bah!
Pois se deram mal. No fim das contas, na cerimônia de levantamento da taça os únicos tricolores presentes eram os adereços e serpentinas verdes, brancos e grenás que caíram sobre o time da LDU (quem será que teve essa péssima idéia?)
Antes do jogo, ao contrário dos tricolores, os jogadores e o técnico da Liga mostraram comedimento. Uns disseram que só chegar à final já era satisfatório. Mas prometeram lutar pelo título e tiveram respeito pelo Fluminense tanto no jogo no Equador como no Brasil.
Já o presidente do clube do Rio preferiu provocar antes e depois do jogo. E, derrotado, atribuiu o resultado a erros do árbitro. Não viu qualidade na frieza dos jogadores da LDU, não viu falta de competência da própria equipe para matar a decisão e preferiu ignorar o gol legítimo e mal anulado dos equatorianos.
Por isso, resumo assim o resultado da Taça Libertadores:
Solidariedade para os jogadores e para a torcida tricolores.
Liga de Quito rumbo a Tókio! Ay, ay, ayyyy!!!
Muito bem feito para o Fluminense. E espero que nos próximos dez anos eu tenha motivos para torcer a favor do tricolor carioca.
2 comentários:
Depois da cacetada que a LDU deu no Equador, até parecia que era o Fluminense que havia vencido. Nunca vi tanta marra, tanta arrogância, tanto salto alto! Bem feito mesmo!
Mas mesmo se não tivessem sido tão malas como foram, eu certamente torceria contra o Fluminense. Esse papo de que "o time X é Brasil na Libertadores" é uma das maiores balelas da história do mundo!
Rapaz, você também vai a Pequim! Pô, que legal!
Então trate de me passar o seu e-mail (pode escrever lá no blog mesmo) ou então me mande uma mensagem: fa_matos@hotmail.com
Vamos nos falando!
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