domingo, 17 de fevereiro de 2008

Má-fé

O apresentador Paulo Henrique Amorim e o repórter Afonso Monaco são bons empregados da TV Record. É um lugar que os merece. Afinal, dramaturgia no nosso analfabeto Brasil é peça tipicamente televisiva. E é isso que os dois se mostraram capazes de produzir em uma pretensa matéria sobre "perseguição religiosa" à Igreja Universal e ao bispo Edir Macedo, supostamente estampada nos jornais Folha de S.Paulo e O Globo.

Não vou me ater ao caso do jornal O Globo. Não li a matéria e vi na "reportagem" de Monaco apenas reclamações confusas, como a insatisfação com o termo "seita" para designar a Iurd em uma matéria e supostas agressões a fiéis por parte de supostos leitores do jornal em cidades bem longe do Rio de Janeiro, onde o diário é editado.

O caso da Folha de S.Paulo é mais interessante. Segundo Amorim e Monaco, fiéis da Iurd foram atacados por uma matéria da conceituada e longeva repórter Elvira Lobato cujo título era "Igreja Universal completa trinta anos com império empresarial", apontando que diversos membros da Iurd são também proprietários de companhias vinculadas ao proprietário da TV Record.

Diz a matéria supostamente persecutória que a Iurd tem 23 emissoras de TV e 40 de rádio, além de outras 19 empresas registradas em nome de 32 integrantes da igreja. Entre essas empresas, diz a reportagem, há dois jornais diários, duas gráficas, quatro empresas de participações, uma agência de turismo, uma imobiliária, uma empresa de seguro de saúde e uma de táxi aéreo, a Alliance Jet.

Reparem que não há menção à fé dos seguidores do bispo Macedo, não há reflexão teológica nem uma condenação a quem frequenta a Iurd. A perseguição está na grana.

Apesar de a matéria tocar o ouro da Universal, e não o seu povo, Amorim e Monaco se prestaram ao papel de divulgar as acusações contra a repórter e contra o jornal no programa Domingo Espetacular sem citar uma única vez que fiéis e pastores da Iurd dominam esses recursos todos. Nenhuma.

E mentiram ao dizer que não foi por orientação jurídica da Iurd que mais de 50 ações de danos morais contra a Folha e Elvira foram ajuizadas em cidades a até 200 quilômetros das capitais de estados como Rondônia e Tocantins, que não são exatamente o público alvo da Folha de S.Paulo.

Os dois jornalistas omitiram que a primeira dessas ações já foi julgada e que o juiz viu má-fé do querelante no processo. Má-fé por querer uma indenização absurda.

A picaretagem foi tamanha que até o texto das ações ajuizadas é parecido.

Mas isso passou longe da revolta que Amorim e Monaco demonstraram no seu arremedo de matéria jornalística. Usaram a fé de quem vai à Iurd para reforçar ataques e tentativas de censura a quem apontou para o uso dos recursos amealhados pela igreja.

Uma grande vergonha.

Amorim e Monaco se prestaram a um papel vexatório, talvez à espera de um carimbinho de funcionário do mês na testa. Espero que sejam premiados, porque eles certamente trabalharam para merecer isso. Faço votos para que eles candidatem a escrever alguma novela para a TV de que tanto gostam.

Certamente de ficção eles entendem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, fala sério, quem leva o Paulo Henrique Amorim a sério, né?

Só leio aquele blog dele no iG para me divertir mesmo... É peça de humor, não jornalismo. Uma pena.