segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O São Paulo joga mal e tem diretoria chata.

O título deste post é quase uma heresia na imprensa esportiva brasileira, que prefere participar do espetáculo da bola em vez de fazer jornalismo. Mas é esse o quadro atual do time do Morumbi. E não o de campeão mundial por antecipação de 2008.

O São Paulo fez um péssimo clássico contra o Corinthians. Poderia ter perdido o jogo inapelavelmente, caso Finazzi e Lulinha não finalizassem tão mal quanto de costume. Não levou perigo a Felipe em nenhuma ocasião aguda. Hernanes abusou de errar passes. Jorge Wagner, ninguém viu. Dagoberto, inofensivo.

Até Rogério Ceni foi inseguro.

Mas jogadores, diretores e comissão técnica tricolores só se lembram dos lances polêmicos do jogo. Os problemas são um pênalti, que interpretei ter existido, e um gol, bem anulado na minha opinião, após o quase inofensivo e sempre sóbrio Adriano fazer carga à italiana sobre o zagueiro corintiano William.

Azar do árbitro.

Os são-paulinos preferem chutar o juiz Sálvio Spinola, candidato a apitar a Copa de 2010, do que se recordar das últimas três partidas: magro 1 x 0 sobre o Rio Preto no Morumbi, o empate xoxo por 1 x 1 com o Ituano e o clássico de domingo. Sobram prepotência e indignação exagerada e falta senso crítico.

E não é de hoje...

Pior do que isso tudo é a comissão de árbitragem da Federação Paulista de Futebol, liderada pelo são-paulino Coronel Marinho, aceitar que Sálvio não apite mais partidas do seu clube do coração no futuro próximo. "Ah, mas o próprio juiz quer evitar o desgaste", dizem os incautos.

Conversa furada. O Coronel não bancou e Sálvio teve de se segurar. Certamente o rival Carlos Eugênio Simon, o outro candidato a apitar a Copa de 2010 (seria sua terceira aparição no Mundial), não sente muita pena do árbitro paulista.

No documento enviado pelo São Paulo à FPF, a diretoria tricolor acusa Spinola de ter apitado o clássico de forma "incorreta, parcial e tendenciosa", além de “flagrantemente contrária ao São Paulo". A não ser que haja provas contundentes dessas afirmações acima, se eu fosse o árbitro processaria o clube do Morumbi.

Além de ceder à pressão do Tricolor e colocar o seu comandado Spinola sob suspeição por conta da arbitragem no clássico (a interesse de quem?), Marinho abre um precedente perigoso. Agora bastará ter o melhor time no papel que, se a vitória não vier, a conclusão será que o problema só pode estar no apito. Nem que ele esteja na boca de um Pierluigi Colina dos trópicos.

3 comentários:

Denis Eduardo Serio disse...

Realmente falar em parcialidade é sair da esfera racional e partir para a coerção sem lógica, utilizando-se do fato de ser o clube queridinho no Brasil atualmente.

Anônimo disse...

Independente de ser corintiano, você fez um texto sóbrio, onde toca na ferida. A cobertura da imprensa esportiva é ridícula. Agora, até enquete de internet ganha ares de pesquisa científica. Tudo que agrade a militância bambina dos colegas do esporte.

Engraçado é que o pobre Guaratinguetá (diga-se de passagem, vice-líder do Paulistão) não acionou a FPF para punir o ridículo árbitro que inventou a falta que resultou no gol da vitória do São Paulo na estréia do Estadual.

Mau Svartman disse...

Porra, este blog é escrito por um corintiano, tem posts corintianos e comentários de corintianos (acima)?

Que merda, caralho! Nunca mais volto aqui!!


Ah, feliz blog novo, Sava. =)