A idéia era esperar acabar a jornada boleira de quarta-feira e a sessão do Congresso que pode marcar a volta de uma espécie de CPMF para falar sobre o momento do Rio de Janeiro.
No entanto, o Botafogo frustrou os meus planos.
Eu adoro o Rio de Janeiro. Moraria lá fácil. Amanhã mesmo pego as tralhas e vou, se tiver um bom emprego. Conheço bem a cidade e lá me sinto em casa. Às vezes mais do que em São Paulo.
Mas não tem lugar onde a fanfarronice e a cara de pau andam de mãos tão atadas. Em especial nas duas áreas que interessam a este blogueiro: política e futebol. E eu já andei pelo país.
Mesmo um tipo correto, como o presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, sabe ser fanfarrão. E reforçar a crença, cada vez maior com o passar dos anos, de que não dá para levar carioca a sério.
Exceto, talvez, pelo Bernardinho.
Na terça-feira, Bebeto reclamou da quantidade de ingressos reservados ao seu clube para a partida contra o Corinthians no Morumbi pela Copa do Brasil. Disse que o clube paulista foi descortês por não ter reservado 700 ingressos de última hora para os cariocas.
Horas antes, um diretor dele prometeu processar o Corinthians na CBF por desrespeito ao Estatuto do Torcedor. O mesmo estatuto que diz que um time visitante pode ter 10% dos ingressos fora de casa SE o pedido for feito com antecedência de três dias.
Bebeto diz que o clube paulista pediu ingressos na véspera do jogo no Engenhão na semana anterior e, mesmo fora do prazo de três dias, conseguiu mais mil entradas.
Faltou o presidente botafoguense citar quantos torcedores estiveram presentes no Engenhão. Eu relembro: foram cerca de 30 mil. Sobraram mais de 20 mil lugares.
Dá um tempo, seu cartola.
A cobrança faz ainda menos sentido quando o Botafogo chora a falta de ingressos para uma partida que já tinha carga esgotada para os corintianos no sábado anterior. Esgotada.
É muita fanfarronice da diretoria do Botafogo, o menos fanfarrão dos quatro grandes clubes do Rio. Os outros têm sido ainda piores. Se eu fosse o Bebeto, reclamava do diretor que não pediu mais ingressos a tempo. Sem chororô de time pequeno.
Jeitinho não dá certo sempre, é bom saber.
E o resto eu guardo para o devido momento.
P.S.> Na manhã de quarta-feira, depois de tudo explicado e reexplicado, com notas oficiais de Botafogo e Corinthians sobre o assunto, o programa Redação, do canal SporTV, retomou o tema. Colocou um dirigente botafoguense reclamando. Ninguém nem citou o comunicado oficial corintiano. E o apresentador arrematou.
"Isso é, no mínimo, falta de diplomacia do Corinthians."
Uma palavra: fan-far-rão.
Mudamos (01/16)
Há 8 anos
5 comentários:
Também amo o Rio, também moraria lá fácil e também pego as tralhas e vou se tiver um emprego (e nem precisa ser tão bom assim, hehehe).
Mas entre o fanfarão do Bebeto de Freitas e o fanfarrão do Andrés Sanchez, eu sempre ficarei do lado do botafoguense. ;)
Aliás, o Botafogo hoje é BRASIL, amigo!!!
PS: Depois da tragédia de quarta-feira passada no Maracanã, só nos resta torcer contra a felicidade dos outros. Humpf.
Fanfarronice é diferente de picaretagem. O primeiro é comportamento carnavalizado, com direito a factóides a la Cesar Maia. Sanchez entra em outra divisão. Ele até tenta se carnavalizar, mas não consegue. Falta personalidade. E sobram más companhias e criatividade para outros fins.
Bebeto já era chorão na Copa, quem dirá agora que tem tudo a perder. Vai saber como anda a casa do garoto, cheio de lencionho umidecido para esconder o choro. Fim dos tempos...
O sujeito que inventou que o Botafogo é grande é um gênio. Não de marketing, mas de ilusionismo. O Botafogo é aquele cachorro de 30 cm, cujo nome não lembro, que sempre ladra, ladra, ladra, ladra. E afina no final.
Não dá mesmo para torcer pelo Botafogo. Que sofrimento, credo.
Agora a esperança é o Sport, fazer o quê? Se bem que torcer pelo Nelsinho Baptista também não deve ser das tarefas mais agradáveis...
Postar um comentário