No único campeonato estadual que vale alguma coisa neste país, o Paulistão, houve disputa de verdade pela classificação para a fase final e ninguém se surpreenderia se Corinthians, Barueri ou Santos tivessem tomado a vaga do São Paulo ou a da Ponte Preta, uma vez que Guaratinguetá e Palmeiras despontavam como favoritos.
Mas a verdade é que apesar da obviedade djavanista de que um time conquista ou perde uma classificação durante o campeonato inteiro --esse é um cansativo artifício utilizado pelos comentaristas de obra pronta--, quem definiu a situação foi o alvinegro praiano, nos últimos três jogos que fez pelo campeonato.
Na muito controversa vitória sobre o Corinthians, o Santos entrou na briga por uma vaga e, apesar de conter a ascenção do rival, ameaçou contribuir com a classificação do time de Mano Menezes por conta do confronto com a Ponte Preta na rodada derradeira. O Santos estava a dois pontos da zona de classificação.
Depois, contra o hoje rebaixado Rio Preto, o Santos praticamente garantiu a Ponte Preta e selou os destinos do Corinthians e da própria equipe no torneio. O empate por 1 x 1 acabou com as chances do time do chato de plantão Emerson Leão de se classificar para a fase final e empurrou para uma equipe reserva para um confronto que poderia valer uma vaga na semifinal.
O que, aliás, era a decisão mais sensata para quem vai jogar no México ainda nesta semana por um campeonato muito mais importante, a Taça Libertadores da América.
Se o Corinthians não teve futebol para bater o Noroeste fora de casa, tampouco teve a equipe reserva do Santos para oferecer a resistência à Ponte Preta. Assistindo aos dois jogos ao mesmo tempo, não havia como não notar que o time de Campinas era superior e que não havia como os santistas marcarem, dada a ruindade das finalizações dos desconhecidos jogadores em campo.
Kleber Pereira, um dos poucos titulares que atuaram, ainda tentou. Mas com Renatinho e Michael Jackson Quiñonez, não há quem possa. O empate por 2 x 2 só saiu para o Santos, aos 45 do segundo tempo, depois dos comemorados anúncios de que a partida em Bauru estava sendo vencida pelo Noroeste por 3 x 2. Só por isso.
Se a Ponte sair do seu centenário jejum neste ano, o que não é nada impossível, pode mandar umas faixas em nome de Marcelo Teixeira. E de Michael Jackson Quiñonez. Talvez outra para Sálvio Spínola.
P.S.> Envio aqui um bocejo aos muitos que disseram que o Corinthians não ter se classificado foi um "vexame". Poderia escrever um texto sobre isso, em especial tratando de como o oposicionismo fora de campo entorta a visão sobre o futebol lá dentro. Eu, que tenho um montão de restrições à atual diretoria, no entanto, fiquei com sono. Boa noite a todos.
Mudamos (01/16)
Há 8 anos
2 comentários:
Só discordo do primeiro parágrafo: o Paulistão na verdade é Paulistinha e, como todos os outros estaduais, não vale nada.
Isso não quer dizer que quando o São Paulo ganha, eu não comemoro - é claro que comemoro! Mas que não representa nada, ah, isso também é verdade.
Este ano não tem jeito: o Palmeiras deve sair da fila, e com méritos. Em relação ao Corinthians, surpreendente seria se um time totalmente reformulado e montado às pressas, durante o torneio, chegasse a disputar o título logo no primeiro campeonato pós-rebaixamento. Sem sacanagem, acho que o Mano fez até milagre!
Para um corintiano? Post para lá de sensato. Grande menção ao Djavan.
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