Eu não tenho simpatia pelo regime cubano. Nunca tive. Sei que já teve bons momentos e que foi instalado com as melhores intenções, mas não há como vê-lo como modelo para ninguém (exceto pela medicina e pela educação, de fato). Mas, assim como no caso da Venezuela, só existe um grupo que parece pior do que o dos revolucionários barbudos da ilha comunista: a oposição anticastrista fixada em Miami. Povinho insuportável pacas.
Cooptados especialmente pelos republicanos nos EUA, eles fazem parte daquilo que há de mais reacionário no espectro político e acabam ajudando a sustentar o regime dos irmãos Castro no poder há meio século. Tampouco tenho simpatia por esses que dizem cobrar os vermelhinhos por desrespeito aos direitos humanos e que, ao mesmo tempo, defendem políticas de porrada americana no resto do mundo, inclusive, para muitos deles, com a manutenção da base torturadora de Guantánamo.
Um exemplo do que fazem os cubanos de Miami é esta entrevista com o ator Benício del Toro, que interpretou Che Guevara numa película recém-lançada. A tal Marlen Gonzalez realmente não se preocupou nada em tirar do rapaz algo que valesse: quis apenas roubar a cena fazendo acusações que, certas ou não, não tinha o direito de fazer da forma que fez. Benício ainda se envergonhou, evitou o confronto e nisso errou, porque a paspalha só se empolgou mais nessa vagabundíssima interpretação do filme como um libelo ao guerrilheiro argentino famoso no mundo todo.
Um belo exemplo de mau jornalismo e de falsa correteza moral. Se fosse no meu governo, mandava tatuar uma barbona do Che no rosto dela e a condenava a andar com roupa de guerrilheiro por dois anos. Talvez três, só por diversão.
Sugestão de vídeo dada por minha bela e brilhante Augusta Avalle (cubana e guerrilheira). E que merecidamente conquistará seu diploma de mestra nesta semana. Finalmente!
Parece eterno (30/11)
Há 13 anos